Hoje é dia de mercado em Azeitão. É o rebuliço habitual do primeiro domingo de cada mês. Um mercado tradicional cheio de vida e de cor, de sons e cheiros. É o dia das farturas, de comprar plantas e criação, de ouvir os pregões de quem vende…
Hoje não vamos. Estamos demasiado cansados para tanta azáfama. Fomos no primeiro domingo de fevereiro. Comprámos árvores. Trouxemos uma oliveira, uma pereira-abacate e um gamboeiro. Foram um presente da Avó Teresa para a nossa horta. Vinha felicíssima por trazermos uma oliveira que lhe lembrava outra que já tivera e de que cuidara com muito carinho…
A pequena oliveira vinha carregada de azeitonas (infelizmente, não nos ocorreu fotografá-la antes de as colhermos!) o que nos deixou perplexos, pois embora não percebamos nada do assunto, temos a clara sensação desta não ser a época…A azeitona não é uma colheita outonal? Enfim, colhemo-las e temos estado a tirar-lhes o amargo em sucessivas mudanças de água. Hoje vamos provar novamente e provavelmente temperá-las.
Decidimos trazer uma pereira-abacate porque gostamos muito do fruto e porque um vizinho nosso teve uma durante anos aqui mesmo ao lado. Fez-se uma árvore enorme e dava uns frutos soberbos que ele costumava partilhar connosco quando ainda cá estava. Entretanto, a árvore já lá não está, mas temos esperança que a nossa pequena planta goste tanto deste lugar soalheiro como aquela parecia gostar. Vamos ver como é que ela se adapta.
A opção por um gamboeiro foi motivada pelo facto de já termos plantado um marmeleiro no ano passado. Passei horas a pesquisar sobre estas plantas nos livros cá de casa e na Internet para perceber se a polinização cruzada é um fator importante para estas árvores. Não consegui chegar a nenhuma conclusão sólida. Mas entre as leituras, percebi que mesmo que não seja fundamental para algumas variedades, pode ajudar a melhorar o desempenho das plantas. Como o objetivo é termos os nossos próprios frutos para confecionar a marmelada caseira que adoramos, ficamos até muito contentes se tivermos ambos: gamboas e marmelos. Por isso, decidimos dar a companhia de um gamboeiro ao marmeleiro residente. Vamos ver como se dão. Ambos começam a brotar. Uns rebentos lindos e muito difíceis de captar por estes fotógrafos amadores. As imagens não lhes fazem a devida justiça.
Gostávamos tanto de já ter frutos no próximo outono… será possível?